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cabeça de gelo

 

 

 

Alô, moçada! 

Esteja conosco e feliz seja a sua leitura. Não se preocupe com os problemas, aqui não se faz justiça. Sente, leie, aproveite. A palavra é compartilhada para desenvolvimento, do carinho pela arte e pelo povo. 

É Grátis, mas não precisa abusar! Muita coisa positiva para o pensamento geral. Cuca fresca, abra a kambucha e delira legal. Baita homenagem ao saudoso e lendário conhecedor do povo local, do povo, o louro, Franklin Cascaes, em um conto inspirado na sua fantasia que é muito boa. 

Se liga na tribo. Conecta a alma. Cai a noite e só os amantes é quem podem sentir. Estamos vivos e pensado! 

A história, do hoje ao futuro do Campeche está no Pacuca. Pousamos na literatura e nos sonhos de quem vive nesse pedaço de paraíso. 

 

Solta o som, sente o corpo em conexão com o baile das pessoas em trânsito., Nossa cultura, nossas pessoas. Culto à personalidade local dando lições de vida. Os dias e cada trajetória de vida têm o seu paradigma, a sua loucura. O desafio é a procura do nosso! 

Gelo na cuca, paz no coração.
Fogo na Babilônia.

bonillismos

Estandartes color multi de facetas nada sujas, tramóias de sacudos e filas em tropos temperadas com salitre. Glóbulos dementes de valores perdidos por facadas na goela das badernas em marasmo do último trajeto errado. Cardumes da vitória em realidade viral e saudosa conquista pela rede 24 horas ilimites do imaginário. Formigas à luta e por dias melhores em paranóia. 

Desmoral da vida moderna em boa noite cinderelas e bandidos daquelas lágrimas. Desgosto pela morte na praia de velhas certezas e sobras na terra de outros bichos trocam força bruta de prazer espalhada nas fofocas da saúde de imbecilidades. Ronco de motores de todos os defeitos, doidos de guerra em caminhada sem culpa da falta, em desgraça no sopro de descrédito com a humanidade em razão da conta. O aterro das ondas do envelhecimento em berços de saudade da restinga em cores nas noites do esquecer definitivo.

***

A geografia do lazer pinta suas ruínas de transcendência e a geografia do lazer descreve ruínas em transcendência afetiva. A geografia do lazer obscureceu as ruínas dos tropeços alheios. Nos riem, nos blefam, nos contam o vigário do dia a dia descascado - adoecem de amor e depois adoecem de razão.

Auto destroem em profunda concordância de sua fortuna, desfruto do gozo em jurisdição da conquista. Nos largam aqui, com sonhos em pedras pesadas demais pra carregar e o tempo passa aquela velha história, verdadeira história.

A geografia do lazer obscureceu as ruínas dos tropeços alheios e nos riem, nos blefam, se desoportunam em concordância de sua fortuna do desfruto do gozo em jurisdição da sua conquista.

***

Balemos balemos, o terror da p* brasileira, rega ordem ou regride ódio, marchemos em 16 válvulas, verde amarelo azul e sangue, bale anaues em plínio supremo, e bangue. e bangue. que lindo, adeus adonus, destino de langue, vagabundo atrapalha o domingo, de transeuntes antas antes do almoço cristão, dinheiro na mão, cano no pobre; destino em dobro.

chico gunha pergunta

COMO SE EVITA ZIKA?

- Limpo tudo, gurizinho. Tem que cuidar bem pra não deixar esse mosquitinho tinhoso criar gosto pela vida.

Sueli Golçaves,
Cidadã honorária

- Essa Zika é maior arrombação. Tenque tacalepau no repelente pra sispanta os pentelho dos aedes.

Juarez O Próprio,
Pescador de boa

- Tá achando que? Que não to ajudando? E tu? Faz o que? Eu não sou dessa galera do pior melhor é o melhor para o pior do país, pelo contrário!
 

Doriana Marte,

Impressionista


 

- Zika?! Más que Zika, boludo? Maradona es muy mejor, cabrónzito.

Alejandro Ale,
Hincha


 

- Sai fora, Loko! Já sabes que aqui não tem Zika, tem couro.  Joga sal grosso que a gente vem e traz couro pra cá, sem zika. Couro!

Fred Fromnt,
Produtor de Couro


 

a história da aviação 

do mundo pousou 

no campeche

Carta ao leitor
Charge
A história da aviação no Campeche

oje nos ligamos através da internet com o mundo inteiro. Tudo é muito rápido, as informações são transmitidas a velocidades muito maiores que um piscar de olhos e atravessam quilômetros de distância. Porém, imagine como era mandar uma simples carta entre continentes há 100 anos? As ligações por telégrafo ainda eram precárias e encomendas precisavam viajar de navio, levando muitos dias para chegar ao destino.

Já na Primeira Guerra, os primeiros aviões começaram a ser utilizados e esta oportunidade foi aproveitada por um empresário francês que teria planos maiores quando os combates acabassem.

 

Em 1918, ano do armistício, Pierre-Georges Latécoère funda a empresa Lignes Aériennes Latécoère, que posteriormente seria conhecida como Aéropostale, e iniciaria um empreendimento que ampliaria as fronteiras do mundo para o governo francês. Neste caminho, no nascimento da globalização, estava o grande campo da planície do Campeche.

No projeto da Aéropostale estava uma rota que ligava as cidades francesas com o norte da África, passando por Marrocos e Dakar. Da costa atlântica africana os aviões faziam uma longa viagem sem paradas até Natal, no Rio Grande do Norte e seguiam caminho pelo litoral brasileiro até Buenos Aires, que concentrava todas as rotas que partiam para viagens pelas perigosas montanhas da Cordilheira dos Andes.

A bordo de biplanos Breguet 14, três pilotos fizeram missões de reconhecimento saindo do Rio de Janeiro até Buenos Aires, buscando pontos de paragem para poder estabelecer a melhor rota possível. A geografia da praia do Campeche era perfeita para o pouso e decolagem das aeronaves, com uma grande área plana entre as dunas próximas da praia.

Um campo natural perfeito para esta primeira missão dos pioneiros da aviação comercial no mundo. A construção do campo de pouso agitou a vida de moradores da região que viviam até aquele momento uma vida pacata, cuidando do gado e das plantações quando foram surpreendidos por estas máquinas voadoras.

Foram construídos um hangar para os aviões, torre de rádio e um alojamento para os pilotos, sendo esta a única construção do campo de voo que continua em pé. Além disso lampiões eram acesos no terreno, demarcando a pista de pouso, e no morro logo atrás do terreno, atualmente conhecido como Morro do Lampião, que serviam para evitar acidentes com as aeronaves.

h

Entre a equipe de pilotos da Aéropostale, estava Antoine de Saint-Exupéry, um amante da aviação com alma de poeta, que ficou conhecido mundialmente pelo livro “O Pequeno Príncipe”. A fama de Saint-Exupéry parece que criou algo diferente na memória das pessoas que viviam pela praia do Campeche na época.

Segundo alguns historiadores, o piloto-poeta não teria passado pela Ilha, já que não haveria documentos que garantissem a sua passagem. Saint-Exupéry era encarregado da Aéropostale em Buenos Aires, onde passava a maior parte do tempo, voando para o extremo sul daquele país e através das Cordilheiras, ou seja, émuito provável que a passagem do autor/piloto tenha sido muito rápida pela nossa ilha.

Mas a memória oral traça caminhos diferentes dos documentos e dedicou à Zé Perri, como os locais o chamavam, uma importância marcante na história do bairro.

Ela foi guardada por Seu Deca, pescador falecido em 1993, que ainda era um jovem de vinte e poucos anos quando o escritor aterrissou perto da praia

As operações da empresa francesa no campo de pouso foram encerradas em 1933, quando foi declarada a sua falência no início da Segunda Guerra Mundial. Mesma guerra que levou à morte de Antoine de Saint-Exupéry. Um ano após a publicação de seu livro mais conhecido, ele saiu com seu avião e nunca mais voltou. Testemunhas relataram um avião abatido e anos mais tarde um piloto da alemão teria confessado e pedido desculpas por ter derrubado o avião do escritor.

Com a construção do Aeroporto Hercílio Luz, o campo de voo ficou abandonado, sendo inútil para a Força Aérea. A grande área é preservada pelos próprios moradores que ainda a utilizam com os campos de futebol e rugby, além de uma horta comunitária (saiba mais ainda nesta edição) e um posto de saúde em construção. A casa de pilotos foi repassada para a Prefeitura e já serviu de abrigo em uma chuva de granizo, escola, centro comunitário, delegacia de polícia. Atualmente serve de Intendência do governo municipal que guarda materiais e carros de serviço no local.

Restam as lembranças de um tempo longínquo e os nomes de ruas como a Avenida Pequeno Príncipe, Servidão Catavento e Servidão Piloto.

O casarão onde funcionou a base da Compagnie Génerale Aéropostale.

A: em todos os lugares você só vê pessoas que querem levar vantagem em cima dos outros, então a pessoa se fecha. mesmo que você se torne como uma ostra, a ostra pelo calor ela se abre, então se você tiver o calor humano, ela vai se abrir. 

o movimento do ser humano através do planeta é algo antigo. desde que descemos das árvores, caminhamos por cada canto do planeta, deixando impressões e procurando novos horizontes para nos estabelecer.

zé perri, 

campo e peixes

 

Podem até não existir documentos oficiais como planos de voo ou outra coisa que indique que Saint-Exupéry pousou na praia do Campeche, mas a memória e imaginação de uma população registra coisas que passam despercebidas pelo mundo burocrático.

A passagem do escritor e piloto francês pela Ilha de Santa Catarina tem histórias simples do convívio entre estes homens voadores e a gente simples que vivia da pesca e do trabalho duro nas fazendas. São coisas singelas, nada importantes, e por isso mesmo que escapavam do registro oficial. Provavelmente, Saint-Exupéry gostava de fazer suas paradas por aqui nas suas viagens até o seu posto oficial na companhia em Buenos Aires.

As histórias hoje podem ser lidas no livro “Deca e Zé Perri” (Udesc, 2002), escrito por Getúlio Manoel Inácio, oficial da Aeronáutica e filho do pescador Manoel Rafael Inácio, mais conhecido por Seu Deca aqui no Campeche. Como era jovem, na época tinha 20 anos, estava sempre ajudando no funcionamento do Campo de Pouso. Se interessou principalmente com a comunicação via rádio com os pilotos que chegavam.

Getúlio cresceu ouvindo as histórias do pai e sempre buscou a confirmação da veracidade, já que muitas pessoas dizem que tudo não passa de uma grande história de pescador. Deca faleceu em 1993, mas o legado destas histórias se mantém vivo e a cada ano recebe mais confirmações.

No livro “Voo Noturno”, que foi escrito durante o período em que trabalhou na América do Sul, ele faz uma breve menção possivelmentesobre a cidade ao se referir a “Escola Florianópolis”. Getúlio batalhou por anos para confirmar as histórias do pai, a quem acredita estava contando coisas realmente verdadeiras e não criando histórias fantásticas que pudessem sugerir mentiras.

Estátua em homenagem ao Deca, pescador que deixou um legado de histórias

o futuro 

é o pacuca


O patrimônio histórico e cultural esquecido na principal região do bairro corre grande perigoem tempos de expansão urbana. A comunidade sabendo da importância desta área, desde a década de 80 pede o tombamento do terreno e também a utilização dele como parque.

Mas como sabemos, exemplos não faltam na demora na resolução de casos que envolvem terrenos do Governo Federal. Apesar da vontade da população que corre atrás de projetos e discussões, as decisões vão sendo tomadas de forma lenta e desde muito tempo o terreno que guarda uma importante memória da cidade vai se degradando.

A Aeronáutica durante este tempo chegou a cogitar vender o terreno para a iniciativa privada. Algo que foi barrado pela Associação de Moradores do Campeche. A União acabou adquirindo uma parte do terreno e repassou dinheiro através do Ministério da Saúde para que a Prefeitura construísse um novo posto de saúde para o bairro. Porém, o local escolhido, dentro do terreno do campo de pouso, acabou levando a paralisação da obra por modificar alvo de tombamento histórico.

Nos dois últimos anos, novos passos foram dados. O prefeito Cezar Souza Júnior assinou um decreto de tombamento do terreno e a construção do parque que preserve a história do Campo de Pouso e também sirva de área de lazer para a comunidade, em 2014. A área tombada, porém, é apenas uma parte do terreno, já que o restante ainda pertence à Aeronáutica.

Florianópolis é uma capital com déficit de parques. Não existem muitos lugares públicos de lazer ao ar livre, se não as mais de 40 praias da Ilha. Passam-se anos e diversos planos diretores, em que a comunidade sempre pede a instalação deste parque que resgate a história e cultura local, mas, apesar das promessas, nada é feito.

Em 2015, a comunidade se reuniu novamente quando notícias sobre o investimento dos poderes públicos para o futuro parque foram anunciados. O Ministério do Turismo liberou 350 mil reais para obras do parque no terreno tombado. A população pediu uma consulta do projeto da prefeitura para o local e também mostrar seu próprio projeto para a região.

Enquanto as coisas não saem do papel, o lixo e a degradação aumentam neste local histórico, assim como nos outros campos de pouso instalados pela Aéropostale, como o de Pelotas, no Rio Grande do Sul.

Entulhos de obras, garrafas, eletrodomésticos e móveis são comuns na paisagem coberta por pasto onde vacas e cavalos se alimentam. Mas também existe a esperança da vida em comunidade, como as sementes que vão sendo plantadas pelos colaboradores da horta orgânica inaugurada recentemente no terreno, próximo das obras do posto de saúde (ainda nesta edição).

O patrimônio histórico e cultural esquecido na principal região do bairro corre grande perigo, mas a comunidade resiste.

Missão de reconhecimento em Florianópolis no ano de 1925

Mecanismos Futuros

mecanismos futuros

céu acendeu. Mais de um século se passou desde que ele tinha sido assim. Os maníacos que não o viram chegando foram à loucura. Na hora eles aceleraram seu buggies sobre as dunas, gritando sobre uma cacofonia de motores a diesel e um maré de rolamento. A turba rasgou para as bordas da água lambendo os pedregulhos da Joaquina. A fumaça da caravana podia ser rastreada contra a areia branca e sopros de nuvens no céu, evaporando como nem os barulhos das últimas garrafadas de vidro bombardeando as casas de barcos dilapidadas e sucatas de metal do que os passavam no caminho.

Ela estava acostumada a isso, mas eu não poderia enganá-los. Era hedonismo puro. A comunidade agia como um só, ignorante da paranoia vazia e ociosa. Eram desgraçados - aqueles momentos de individualidade - os surtos.

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Às vezes as pessoas tinham que sacrificar um pedaço da sua independência e suspender a sua descrença, era o preço que pagavam para fazer  parte de uma utopia.

Para ser um punk libertino da sarjeta.

Para ser uma fantasma em uma casa de penhores.

Se você tivesse que ser advertido, você perderia o bilhete. Você não pegava o passeio. Você não participou e ninguém dependia de você. As pessoas esquecem que não tem direitos a mais do que pagou em impostos. Eu não sei porque eu fui trazido aqui ou com o quê eu poderia contribuir. Uma coisa era certa: era melhor eu descobrir isso rápido antes que alguém decidisse para mim.

unto si falou de estória de mané daqui que sofreu nas unhas das piranhas muhié bruxa. Tem loco que zoa dos miolo dos crente do sobrenaturali, magi eu que so home de barro e sangue sei magi de miliano das filha do satan e de suas canalhice. So tio Manueli que é home do mar e das dificuldade sempre me arriou os bago dos zóio pros pecados das mula sem cabeça bicha da terra sombria cheia da malinagi. O pobre coitado póprio mi dissi que já teve na mira do arvo sombrio das diacha durante os bons tempos dessi mar bunito do Campeche. Munta antes de parece essa sujerama toda ai, que vregonha! 

Aqui, as bruxa asquerosa já fegi feitiço em pencas pra mode assombrá os cabeça de argila crua e espantá eles de perto das malfeitoria planejadas pelo anjo Lúcifer. So Tio Manueli nos cunto estória de magia desgraçada de tudo que é culidade, quando andava pra lá dos cumpadi da canoa. Eles inclusivi já falaro de aparissão com tarrafa enfeitiçada, muhié bruxa em coluio com o tinhoso e até um ajuntamento das madraças fazendo um bailão! E ai qualqué home que temo peitá as piranhas pra mode sentir elas praticá sua maliça... Isso antão nem si falá! Tem fetiço diabólico que num tem rumédio capaz de curá, rapagiada, e já fegi unté munta criancinha virá corpo degraçado pra resto da vida.

Fagi tempo memo que num tinha nutiça dos malifazejo ispirituali das mula sem cabeça, magi três antonte lá pro centro de Floripa eu osvi So Tio Manueli me cuntá dum sinali de agorô si aproximando aqui na Ilha do Disterro. O bicho tava assim todo empobado quando fugi falá cum ele.

- So Tio Manueli, munto bãos dias e que Deus esteje cuntigo. Comé qui Sinhori vagi da vida?

- Mali mali, moquirido! Mali Mali.

- Que te deu, home? Tá quinem vaca amarrada na cidade. Tu é home do mar, nunca te vejo longi da doca. Tá bão de saúde?

- Amado, só com muito inhame e chá de erva cozida pra mode quebrá os nó dos nervos qui to sintindo. Acridita, Sinhori? Onte memo achei qui ia desocupá o beco de tão fulo que eu fiquei quesses depotado da camra. 

- Sô Manueli, não tô resconhecendo que tô osvindo pelos busracos dos osvido! Com todo respeto, sinhori, sô sabe de falação desdi quando, home?

- Falação? Óia lá, Gabrieli, não me venha cum zoeira que eu te dou um camaçada, arrombado. Te criei, muleque, não me atiça! Te conto tudo qui me passa numa taquarada só pra isso não vira chacualha adispos... Olha só! Fagi munto tempo não que uns dotore de falação aparecero cheio de balela lá na baia, ofrecendo dos milimeio pra ficá com o terreno da casa que ti criei. Eu qui não so home de come enrolado quase botei os metido pra rua de casa, magi são duro os mula ruça. Os dos apalavraram um bucado de prumessa pra mode de aceita a mixaria, antão dissero que os depotado da camra vão toma a baia de mim sem pagá um centavo. Imagina, só!

- O loco, sinhô! Má toma cá di que!? 

- So Gabrieli, óia, eu já tô home véio, côs cabelo branco, magi a gaboliça que os depotado me aprontaram sinhori nenhum de deus deve se amerecer, munto mali como ando so, quasi espichando as perna. Sabe, o diz me diz é que um pudê de pessoali ando fazendo suas casa em lugari da natureza, inclusivi eu! Credita? Óia feo, adispos de tudo que figi nesse mar osvi uma cousa dessa é pra infeza o cabresto memo! To quasi explodindo os miolo pra me vira com ajuda de adevogado. Cruzes e benção!  

- Poxa tio, vou usa de franqueza com vancê. Sinhori me adesculpe agora magi eu me ascaquetei também. Esses diabo de pulitico tão pior que feitiço das madraça. 

- Vredade, sobrinho! E vou dizete uma coisinha pra mode privini essa tua boca chamariscando as praga das diaba! Duns tempos pra cá e num munto tempo atrás não os cumpadi do norte avistaro muntos sinali das muhié diabo que desde antão tudo seviro num pesadelo nessa ilha. Sabe essa essa gaboliça que ta toxicando os estrombo da rapagiada? Quagi tudo é praga das pentelha! Óia, fegi chacota com as bicha ruça, já viu! As diabrura das bruxa fagi o mar fica podre só di raiva desse ajuntamento de porcalhão fegi cum a nossa praia. Pode se acredita que é vredade, mô santo. Na noite de ano novo, uma reunião poderosa reuniu o pior dos coluios do deboche cascalhane bruxólico em um congresso que foi avistado pra dentro do manguezali do Ratones. Parece qui era o inferno na terra aquela reunião das vehia chefe e suas filiada em bando pra toma parte dos plano miseravo do tinhoso. Podi ter certeza qui tavam asquietando seus plano sombrio pra mode castiga nossa povança. 

- Ai, sinhori, já to com coro estremilicando di tanto te osvi falá! Sô Manueli,  anquilo que viro era quiném um congresso bruxólico?

- Inzato, munto inzato! E sabe... é pra modi mete medo mesmo, cá di anquilo num tem binzidura que cunserte. É uma reunião sagrada munto poderosa e impussivel de combate com as forças do ser. Somente o home pode anda protegido dos males das piranha e fica longe das magia malina. Não inguali fizero os petelho do beco do jacaré outro dia no Campeche memo. Escuta aqui… Sabe, gosto munto de cunversa de carrerinha com os que viero se cria no nosso bairro, magi os rapagi da cidade tenque osvi os mais de idade sabe? Malembro bem sumana passada os táli táli tudo aparvaiado lá na butica do Selvero atrás de rumédio pra cura a ressaca brava do bode mole que tomo as carcaça maltratada dos piá. Os sem vregonha tava bem mali memo que sarretiraram pra dentro da butica parecendo páu de vira tripa, dizedo que tava encampetado. No começo achei os bebado de deboche com a minha cara, magi logo aprecebi que aquela maramduba toda era mais um sinali do malifazejo das muhié bruxa.

- So Manueli, peço licença a vossa mecê pra móde faze uma prigunta.

- Sim Sinhori, a licença vossa mecê tem toda.

- Os rapazi da cidade foro tistimunha de zói e osvido das mandráqua?

- Prá más fala vredade, inté tivero munta sorte de tê sescapado com vida das unhas daquele urubu de carne crua. Vegi otra as diaba apronta feitiço dessa culidade. Acredita que a rapagiada foi passa a madrugada de lua cheia na maior bebedera, inté que a noite forrá e a lua cheia se debandá pras nuve. Cumedo do aguacero nervoso, os rapagi foro voltando pela restinga na noite escura, magi de repente avistaro uma chama de fogo assutadora aluminada no meio daquele breo todo. Asquisetados cum aquilo, a rapagiada si metero em discubri que diabo era a brilharada, magi adispos do que viro quasi caíro duro pra sempre! Dero de cara com a  mágica cachinante e esconjurante das petelha. Foi estarrecedori! Escondida atrás do matagali avistaro uma fuguera toda aluminava, magi essa era feita toda de cobras de toda culidade e pegando munto fogo. Em riba dela  avoava uma bruxa feia segurando duas metade de casca de coco e com zóio tudo virado. Do lado esquero da fuguera os rapagi viro otra bruxa feia vistida de bixo midonho vivo de toda culidade e com um pidaço de bambu na mão toda tosca. Do otro lado avistaro otra alma penada seguidora do diabo, essa toda coberta de aranha e lesma vivas e segurando dois peçado de metali reluzenti poderoso. Os rapagi trataro de se inconhie bem pra mode não ser visto pelas pilantra magi num deu certo. De repente, as bruxa começaro avoa ao redor delis e a fogueira de cobra e começaro a toca uma música macabra esudecedora. Um risco de fogo cortô o céu até as nuve e um murcergo vremelho gigante com cara de pessoa se apoisou na restinga quando começo a chove uma monte de garrafa de vidro na fuguera pra disispero dos fudido. Adispos disso os pobre coitado só se alembram de osvi um bahuio de estouro munto forte e de tudo sumi pelo aire como fumaça. Deu dia e acodaro jogado na restinga e achando que era tudo pesadelo da bebedera, magi num deu meia hora de prumo que o corpo dos piá començaro a se avomita até as bili. Adipos de tudo que avistaro naquela noite os rapagi não tivero duvida que anquilo era feitiço das bruxa maldita! Isso foi antão que se entraro pra dentro da butica do Selvero pra mode pedi ajuda pra mim.

- Nossa sinhora protegida, qui o sinhô falo? 

- Eu logo acalmei os rapagi e dissi: vances tão tudo abruxaiado memo, magi tem alguma chance de sobrevive com vida dessa magia pesada. E olha que vancês pudia tá na sipurtura abraçado com o demonho nessa hora... O rumedio pra cura essa feitiçaria cabresta de vances, fruto de um pacto profundo com os piores seres do universo, é uma binzedura ferrada de tirá a chusma do corpo”. Adispos disso, logo si ametemo nas picape em disparada e fumo pra ponta do marão dondi mora Dona Vivina pra  mode salva os cumpadi da morte definitiva. Já se achegando na casa da benzedora, a santa já sabia que aquele caso era mais uma praga de alto nível bruxólico e foi se aprepara pro pior... Para mode cortali o fetiço de vegi e cura as maliça das desavreganhada, a feiticeira arreceito rumédio de tudo que é culidade de erva curudera da terra manada lá de riba pelo santo home do bem. Também rezaro munta binzidura, mastigraro alio cru e fizera banho espirituali bravo. Dona Vivina é quinem dotor qui arrecada talento pra mode livra os home a as muhie da garra das bruxa maldita, sempre atende com a mema vuntade, tanto fagi o paciente sufrido e da duença. Vegi o otra as feiticera pricisa reuni muntas binzidura pra mode cura as petulança bruxolica de outro mundo. Nessa vegi, a virtude da binzidura da Vivina corto o poder das zambateira e os rapagi pudero drumi assoessegado qui nunca magi aquelas peçonhenta vão botá a mão suja de veneno por riba dos inocete e traze os mali dos inferno pra terra na carcaça deli. Magi memo adispos que tudo cabo bem, a feiticeira trato de mandá uma mesage pra mode dos enfremados cuidá das praia nas noite de lua cheia que tinha aparecido uma suvandilha de muhie bruxa atacando os animali e soltando feitiço no pessoali que dexa a praia toda bodosa. Falo também que os rapagi tivero munta sorte de sobrevive sem pobrema maior e que aquilo que viro era apenas um ensaio do famoso bailão bruxólico, quando as bruxa fagi uma grande festança pra mode de assombra os humano que encomoda as demonha.

 

- Diabo! Olha So Manueli, tio querido, é bão mesmo fica sabendo dessa estória que é pro home se liga na andança da vida e não suja as natureza de bobo! Si acabá com os matagal, os mague e tudo que temo, ondé que as diaba vão se esconde?

 

- Inzato, sobinho! Qui vânce falô é munto inzato. Todo essa cousa qui se fala das bruxa véia e da cabeça mágica do mané da Ilha do Disterro é dificil de se acredita, magi que vive a Ilha pode sentir todo nosso encatamento. Tem quem brinca dos miolo debochado, magi o sobrenaturali criado são visões de mundos fantásticos da nossa cultura espetaculari. Não importa! Quanto isso, muntas tramundações copóreas bruxalíticas assobrevoam entre nóis, segi nas estórias do nosso povo, segi no talento divino dos miolos de quem é vivo.

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ensaio fadórico

A: conversar com as pessoas é minha forma de recarregar a bateria, entendeu? é como uma hélice eólica, precisa do vento pra se manter ativa. não pode parar, porque mata as pessoas, atrofia as ideias, atrofia a vida, atrofia tudo.

A: a própria cidade acaba te adotando, né? ela te adota e você vai se moldando a ela e com isso o teu coração começa a pulsar mais forte por ela.

bora botar uma 

horta em cada rua

 

O solo da Ilha da Magia tem algo especial para certas sementes e revoluções dignas do “Menino do Dedo Verde”. Do continente a inspiração que floresceu em jardim, na Revolução dos Baldinhos, se espalhou para outros bairros e antes o que era lixo virou adubo que nos dão comida e ideias.

 

O terreno do Pacuca sofre com o despejo de lixo por ser uma área imensa. Existem pessoas que se aproveitam do isolamento para jogar partes de carros e pneus, eletrodomésticos e móveis, além de garrafas e entulhos de todo tipo.Para mudar esta história triste é que diversas pessoas se juntam para embelezar seu bairro, sua rua, seu beco. O Parque, que apesar de ainda não parecer um parque, agora tem até casa na árvore para as crianças brincarem e verem os legumes, verduras e frutas crescerem nos canteiros em formato de avião como forma de homenagem a Zé Perri, ou Saint Exupèry, como você preferir, criador do personagem Pequeno Príncipe.

A vida na cidade está cada vez mais insensível quando falamos do próximo e muitas pessoas começaram a acordar deste automatismo que olha somente para o próprio umbigo para conhecer os seus vizinhos e se alimentar bem. Estas são as palavras de ordem nas cada vez mais numerosas hortas orgânicas que surgem na cidade, principalmente aqui no Campeche.

 

Através do grupo “Quintais de Floripa”, organizado pelo site Novas do Campeche (www.novash.com.br), é possível saber mais sobre cada lugar onde tem uma horta sendo cultivada pela comunidade e começar a conversar com amigos que podem estar morando bem perto de você.

Juntos, aprendemos mais sobre aquilo que é indispensável, a comida e criamos com muita alegria uma nova forma de convívio, que respeita as diferenças e nos une em torno do trabalho de forma sadia, tanto física como emocionalmente.

hortas no campeche

Horta das Garças
sábados à tarde
Rua das Garças,106

Horta da AMOJAC
domingos à tarde
Rua Nelson Conrado, 399

Horta da Fazenda
quintas à tarde, no verão, pela manhã - Rua do Conselho Comunitário, Fazenda do Rio Tavares

Horta do Pacuca
domingos à tarde -  Rua da Capela, entrada pelo lado da construção do posto de saúde

onde passa gente, joga semente. em cada servidão; manjericão. em toda quebrada uma ramada. e as Avenidas floridas. nas estradas que passar; margaridas. no beco que for; couve flor. em cada estacionamento um verde vivo pra disfarçar o cimento. na rua que for, árvores de fruta em flor.

Ensaio Fadórico
Sem título #1
Bora botar uma horta em cada rua

vargones parmol

Explode a rebelião dos presos nas cadeiras elétricas da rede didática. Fogo abaixo das colunas de metal assépticas da transe múltipla de costumes à Pauster. O sistema controla, com desfaz em correções automáticas de ligaturas mecânicas condicionadas à existência higiênica do espaço interior daquela sílica gourmet.​
 

Para peble rebel em pune, derrocada às dunas pela via súplica binária. Os oficializados, uma dupla representação, uma postura institucional, regem normas do bem da terra branca, limpa e monitorada em oficialismo e controle remoto bilingue, de anúncios com hora marcada em dias com afazeres marcados nas agendas em condição do poder.


Estoques de energia através da cegueira digitalizada do sofá encourado da moda creditando verdades toda noite nos habitantes da nova forma de ser geral. Ódio em alimento na ração espiritual da cultura da frustração.


Depressão em segredo para não parecer o fraco medo da derrocada sem sucesso da vida e o fracasso em trabalho conjunto do estabelecimento prioritário de massa. Toda competição messiânica da especialidade à venda pelos dólares baratos dos negócios a parte dos investidores da conduta são verdadeiros e cristalizados no múltiplo capital em giro que pavimenta a cidade de novas edificações do futuro brilhante sobre um esgoto roxo de raiva apagada.
Centroesqueletos levantam de uma floresta transformada em praias de vícios do desgosto pelo amor e com crueldade aos delirantes perseguidos. Mares escuros crescem sobre as casas abandonadas da velha cidade. Escadas rolantes conduzem caminhos do homem-chip à vigia da luz em indivíduo. Universalidades da norma ditam o que comer no jantar livre da tese em vigor.

vargones parmol

mizades não são fáceis de conquistar. Mas para um dono de bar e restaurante, o contato com os clientes acaba indo além de uma simples relação econômica. A confiança que deve ser estabelecida nesta relação é semelhante aquela que temos com nossos amigos. Servir é uma arte.  Floripa o adotou e durante todos estes anos ele foi colhendo amigos que frequentam seus estabelecimentos até hoje, deixando histórias e conselhos de vida.

GRÁTIS: Quando você começou seu restaurante. você tem o Duarte’s há quanto tempo?

ABEL: Olha, já faz praticamente desde 91.

G: O que te atraiu em floripa para resolver ficar?

A: uma história interessante que é que eu vim pra cá para ficar só dois anos. depois eu iria voltar para curitiba. trabalhava com vendas no ramo de alimentos. minha intenção era sair do meu cotidiano para montar um bar. até hoje eu brinco. 

G: Continua a história deste seu primeiro restaurante pra gente.

A: eu tinha um espaço no outro lugar onde ficava o restaurante e lá eu tinha uma parede com instrumentos musicais.

G: A gente já falou da cidade, da sua história, conta um pouco sobre as pessoas que frequentavam seu bar e restaurante?

A: cada dono de bar tem seu lado peculiar. a maioria, o meu caso, minha filosofia, não é tratar o cliente como cliente. mas trazê-lo mais para amizade, para tê-lo como amigo sempre.

G: A ideia de abrir um bar é um pretexto para poder ter muitos amigos e poder conversar e fortalecer laços?

A: também, também. mas é que eu sempre trabalhei com pessoas. sempre me relacionei com as pessoas. nunca vi, nunca vejo o cliente como apenas cliente. eu sempre vejo ali uma pessoa que pode ser sua amiga.

G: E esta placa de “vende-se”, vai fechar o restaurante e o bar?

A: este imóvel está em um espólio de herança e a família quer vender. vou ter que sair e fechar o restaurante algum dia, mas não penso que isto é ruim. vou continuar trabalhando. minha intenção não é parar.

G: Não consegue ficar longe das pessoas, né?

A: eu digo sempre, eu uno o útil ao agradável. conversar com as pessoas é minha forma de recarregar a bateria, entendeu? é como uma hélice eólica, precisa do vento pra se manter ativa. eu sou assim com o trabalho e com os amigos. não pode cair na inércia, porque mata as pessoas, atrofia as ideias, atrofia a vida, atrofia tudo.

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G: Legal. qual foi o primeiro instrumento que você colocou para expor? porque você fazia isso?

A: eu tinha um atabaque e um pandeiro e tinha um espaço vazio. pra aproveitar este espaço coloquei ali os instrumentos. dai teve um cliente que chegou e falou: abel, eu tenho um instrumento que você pode por ali. ele foi e trouxe um acordeon. eu fui lá preparei o espaço e expus os três instrumentos. depois apareceu um com um violão e eu coloquei na parede. outro apareceu com um clarinete. 

G: Quantos instrumentos você tinha?

A: em torno de dez. Era a coisa mais linda.

G: Depois de sair do endereço antigo, você veio aqui pra avenida Campeche e em vez de instrumento tem estas fotos antigas da cidade de Florianópolis. De onde surgiu esta nova exposição?

A: isso foi que um outro cliente que tinha este acervo de fotos não queria se desfazer e acabou pensando em mim para deixar estas diversas imagens aqui no restaurante.

G: A gente vê estas fotos e sente que sempre morou aqui, não é? você também sente isso?

A: a própria cidade acaba te adotando, né? ela te adota e você vai se moldando a ela e com isso o teu coração começa a pulsar mais forte por ela. mesmo com coisas que você não viveu, você sente aquilo por estas coisas mais antigas do lugar. 

eu quero ter 

um milhão de amigos

há 25 anos, Abel Duarte conquista amizades oferecendo comida, bebidas e boas conversas no seu bar e restaurante aqui no Campeche.

entrevista

A nossa ideia é se tornar uma publicação impressa de distribuição gratuita em diversos lugares, porém nesta edição número zero teremos apenas uma versão online neste site. Procuramos colaboradores e patrocinadores para viabilizar a impressão e distribuição da primeira edição da revista e tocar em frente o nosso projeto.

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